ASSESSORIA EM PROVAS DE FUNÇÃO PULMONAR
Por meio do Instituto de Pneumologia Paulista, realizamos assessoria em provas de função pulmonar e espirometrias ocupacionais para Laboratórios (Mello, Clínica Rio, Sanitas) e empresas privadas. Empresas para as quais já realizamos assessoria ocupacional em espirometria: GM do Brasil - BomBril - Fundição Estrela - Metagal - Whirlpool - Fercoda - Ache - Sabó - Tintas Renner - Organon - Lorenzetti - Multibras - Brastubo.

Existem várias razões para se indicar a realização de provas de função pulmonar. Este é um exame que avalia as capacidades e volumes pulmonares, além do fluxo aéreo pelas vias respiratórias. A prova funcional respiratória é freqüentemente um exame de triagem para detectar a presença de doença pulmonar, mas isoladamente não define extensão da doença, resposta ao tratamento, risco pré-operatório ou nível de incapacidade.
As Diretrizes Para Testes de Função Pulmonar, consenso elaborado pela Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, publicado em 2002, estabelece a utilidade das provas de função pulmonar em diversas situações:
- na identificação de doença ou envolvimento pulmonar em indivíduos de risco; 
- na quantificação de doença pulmonar; 
- no diagnóstico de distúrbios ventilatórios obstrutivos ou restritivos; 
- na detecção precoce, avaliação e acompanhamento da Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC); 
- na avaliação e acompanhamento da asma; 
- na avaliação e acompanhamento das doenças intersticiais pulmonares; 
- na avaliação da dispnéia; 
- na exposição ocupacional; 
- na avaliação pré-operatória.


1. Identificação de doença ou envolvimento pulmonar

A presença de doença pulmonar em indivíduos de risco pode ser identificada através da espirometria. Como exemplo, temos os distúrbios ventilatórios restritivos nos indivíduos expostos a asbesto (amianto), nos portadores de doenças sistêmicas que acometem os pulmões como as colagenoses e nas doenças neuromusculares. Os distúrbios ventilatórios obstr

2. Quantificação da doença pulmonar

Os testes de função pulmonar são medidas quantitativas e, portanto, um modo objetivo de mensuração da extensão do comprometimento pulmonar por determinada doença. Apesar de ser possível a correlação das aferições obtidas através da espirometria com outros métodos diagnósticos, os testes de função pulmonar possuem correlação muito pobre com a radiografia convencional na DPOC, nas doenças vasculares e nas pneumoconioses (doenças ocupacionais).

3. Diagnóstico de distúrbios ventilatórios

Os testes de função pulmonar, assim como os demais exames subsidiários, possuem as suas limitações e não estabelecem diagnóstico etiológico, devend o ser avaliados em conjunto com a observação clínica e os demais exames complementares. Os testes são úteis no sentido de se identificar e quantificar a presença de distúrbios ventilatórios, sejam restritivos ou obstrutivos, no paciente suspeito. Nas doenças obstrutivas, o perfil espirométrico não indica a doença responsável, exceto se a obstrução é completamente revertida, o que define asma.

4. Detecção precoce, avaliação e acompanhamento da DPOC

Devido ao aumento da prevalência e mortalidade da DPOC, doença que é acompanhada por altos custos médicos, é importante identificar e tratar os portadores desta afecção precocemente. Os testes de função pulmonar podem detectar esta doença em estágios precoces e devem ser realizados em todos os fumantes com mais de 45 anos. Pacientes fumantes com teste normal devem repetir o exame a cada 3-5 anos. O VEF1 é o melhor indicador prognóstico da DPOC. Testes funcionais anuais, fora do período de exacerbação, devem ser realizados para avaliação da história natural da doença. Exames seriados após mudanças de tratamento também são importantes. Valoriza-se mudança de pelo menos 10% em relação ao valor previsto do VEF1, excedido 0,20L, ao longo das semanas.Os pacientes com DPOC geralmente não apresentam resposta do VEF1 após broncodilatador. Para estudar o grau de reversibilidade, independente da suspeita clínica, pode ser necessário um curso de duas semanas com corticosteróide.

5. Avaliação e acompanhamento da Asma

A gravidade da obstrução na asma e a resposta ao tratamento são freqüentemente subestimadas através dos dados clínicos. O Pico de Fluxo Expiratório (PFE) pode ser usado com este fim, porém, o Volume Expiratório Forçado no Primeiro Segundo (VEF1), obtido através da prova funcional, é o melhor indicador do grau de obstrução. Em asmáticos com doença moderada ou grave, para verificar o nível funcional atingido após introdução de tratamentos de manutenção, espirometrias periódicas são indicadas. Pela comparação dos valores ao longo do tempo pode-se avaliar a necessidade de tratamento mais intenso, da manutenção do tratamento ou da possibilidade de retirada ou redução das doses dos medicamentos.

6. Avaliação e acompanhamento das Doenças Intersticiais Pulmonares

Para acompanhamento das doenças intersticiais pulmonares, medidas de dispnéia por questionários validados, difusão de CO, SatO2 no exercício e da Capacidade Vital Forçada (CVF) são os testes mais importantes e devem ser repetidos periodicamente de acordo com a evolução individual. Destes parâmetros, a CVF é o único que pode ser obtido através da espirometria. A mudança funcional é considerada significativa quando a CVF muda 10% ou mais em relação ao valor inicial, excedido o mínimo de 0,20L. Em doenças graves e fatais, como a fibrose pulmonar idiopática, a estabilidade funcional em acompanhamento longitudinal é satisfatória.

7. Investigação de dispnéia

As provas de função pulmonar estão indicadas para os pacientes que se queixam de dispnéia aos esforços, mas com a história, o exame físico, a radiografia de tórax e o eletrocardiograma, normais. Se a prova funcional for normal, um teste de broncoprovocação poderá identificar hiper-reatividade brônquica. Na normalidade deste e ausência de causa psicogênica, teste de exercício pode ser útil.

8. Exposição ocupacional

Os testes funcionais são úteis para monitorizar os efeitos de exposições perigosas tanto em curto prazo (poeiras orgânicas e substâncias sensibilizantes ou tóxicas) como em longo prazo. A legislação trabalhista brasileira (NR7, de 12/94) determinou que os trabalhadores de qualquer empresa, com qualquer número de funcionários, que tenham exposição a poeiras, façam radiografia de tórax e testes de função pulmonar na admissão, na mudança de função e em diversos intervalos determinados. Esta periodicidade irá depender da natureza dos aerodispersóides, se fibrogênicos ou não, e do tempo de exposição (no caso dos não fibrogênicos). As provas funcionais nestas situações são de fácil realização, baratas, seguras e razoavelmente sensíveis para a detecção de doença pulmonar. Os exames devem ser repetidos a cada 1-2 anos, quando indicados por exposições no local de trabalho.

9. Avaliação pré-operatória

As provas de função pulmonar são importantes para determinar se existe disfunção ou doença pulmonar para possibilitar, junto com os demais dados clínicos e subsidiários pertinentes a cada caso, uma estimativa de risco para complicações pulmonares pós-operatórias. Também é útil na identificação de anormalidades que podem ser revertidas ou melhoradas antes do ato cirúrgico, como obstrução ao fluxo aéreo. Tabagismo e DPOC estão relacionados a maiores chances de complicações pós-operatórias. Devem realizar avaliação funcional pré-operatória todos os candidatos à cirurgia de ressecção pulmonar. Além desta indicação, também deve ser indicada a espirometria no diagnóstico prévio de DPOC ou asma quando da realização de cirurgia de abdome superior e torácica sem ressecção pulmonar, cirurgia abdominal baixa onde se estima prolongado tempo cirúrgico, e cirurgia de cabeça e pescoço, que envolve freqüentemente grandes fumantes.

BIBLIOGRAFIA

Pereira CAC; Neder JA. Diretrizes Para Testes de Função Pulmonar. J Pneumol 28(Supl 3):S 68-81, 2002. Rodrigues Jr. R. Boletim da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia - ano VIII (6), 2002.
Artigo dirigido aos profissionais médicos

A nomenclatura para solicitação de provas de função pulmonar, utilizada pelas tabelas da A.M.B., foi criada há muitos anos e sofreram diversas alterações ao longo do tempo. Atualmente estão totalmente desatualizadas, o que cria vários problemas tanto para os médicos que solicitam os exames quanto para o relacionamento dos laboratórios de função pulmonar com as empresas de medicina de grupo e seguros saúde com relação ao reembolso dos honorários. Espera-se que com a adoção da Classificação Hierarquizada dos Procedimentos Médicos tais dificuldades deixem de ocorrer, pois bastará à solicitação apenas de "Prova de Função Pulmonar". Mas como isso ainda não é a nossa realidade, vamos esclarecer alguns itens das tabelas a fim de facilitar a solicitação dos procedimentos.

1- ESPIROGRAFIA SIMPLES

É a medida da Capacidade Vital (C.V.) e suas subdivisões: V.C. (volume corrente); V.R.I. (volume de reserva inspiratória); V.R.E. (volume de reserva expiratória); C.I. (capacidade inspiratória). É apenas um item das provas funcionais e, isoladamente, não permite a conclusão por nenhum diagnóstico. O próprio VEF1, fundamental para análise dos distúrbios obstrutivos, não é aferido por esta curva. A espirografia simples deve ser analisada em conjunto com os demais parâmetros da prova funcional. A solicitação apenas de "espirografia simples" ou "espirometria simples" traz transtornos aos pacientes e médicos solicitantes, pois estes provavelmente terão que solicitar novo exame ou trocar a solicitação médica.

2- DETERMINAÇÃO DA MECÂNICA RESPIRATÓRIA

Refere-se à espirometria forçada analisada sobre determinado tempo e não deve ser confundida com a espirografia simples. Neste teste analisa-se uma série de parâmetros imprescindíveis para diagnóstico e quantificação dos distúrbios ventilatórios, sendo os principais os seguintes:
  • C.V.F. (Capacidade Vital Forçada);
  • V.E.F.t (Volume Expiratório Forçado no tempo, sendo mais comuns a análise no primeiro e no sexto segundo);
  • F.E.F..x-y % (Fluxo Expiratório Forçado médio de um segmento, sendo mais comum a análise entre 25 e 75% do primeiro segundo).

3- PROVA FARMACODINÂMICA

É o estudo da reversibilidade da obstrução brônquica à inalação de determinada dose de broncodilatador. É a repetição da espirometria forçada com o estudo dos mesmos parâmetros do item anterior de modo comparativo. Importante para o diagnóstico dos distúrbios obstrutivos, em especial a asma.

3- PROVA FARMACODINÂMICA

É o estudo da reversibilidade da obstrução brônquica à inalação de determinada dose de broncodilatador. É a repetição da espirometria forçada com o estudo dos mesmos parâmetros do item anterior de modo comparativo. Importante para o diagnóstico dos distúrbios obstrutivos, em especial a asma.

4- CURVA FLUXO-VOLUME - ESTUDO DOS FLUXOS

É a aferição dos fluxos inspiratórios e expiratórios obtidos a partir da manobra da espirometria forçada. Os aparelhos computadorizados de hoje em dia não dissociam tal medida da "determinação da mecânica respiratória". Pela morfologia da curva fluxo x volume pode-se diagnosticar precocemente sinais de obstrução brônquica, além das obstruções em vias aéreas superiores, o que não se consegue pela espirometria forçada.

5- ESPIROGRAFIA COM DETERMINAÇÃO DE VOLUME RESIDUAL

Avalia o volume de ar que permanece nos pulmões após uma expiração forçada. É realizada através de métodos indiretos, como a diluição de Hélio ou Nitrogênio, ou pela pletismografia de corpo inteiro. Não dispomos de tal procedimento em nossos laboratórios, o que geralmente é feito em hospitais de ensino para estudo de determinados casos.

Portanto, e de acordo com a tabela AMB-90, para contemplar as necessidades médicas da rotina diária no que toca ao estudo dos distúrbios ventilatórios, deve-se solicitar a espirografia simples, a determinação da mecânica respiratória, a prova farmacodinâmica e a curva fluxo-volume, ou, contemplando todos esses itens, a "prova de função pulmonar completa". A partir da tabela AMB-92 houve a correção de algumas distorções existentes na anterior e a solicitação de "prova ventilatória completa com e sem broncodilatador" contempla todos os itens anteriores. Com a nova nomenclatura padronizada TUSS, todos esses procedimentos foram agrupados sob o item Prova de Função Pulmonar ou Espirometria. No entanto, algumas operadoras de saúde e seguradoras tem se aproveitado incorretamente dessa nova nomenclatura TUSS para remunerar apenas o item "espirometria", presente nas tabelas anteriores, reduzindo drasticamente o valor a ser reembolsado do exame. Isso tem gerado glosas, processos administrativos e tornando inviável a realização do procedimento por meio dos planos de saúde.

BIBLIOGRAFIA:
Rodrigues Jr. R. Boletim da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia - ano VIII (6), 2002.

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