1-CUIDADOS RESPIRATÓRIOS EM VIAGEM AÉREA
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O QUE ACONTECE COM O NOSSO ORGANISMO QUANDO ENTRAMOS DENTRO DE UM AVIÃO?
Habitualmente vivemos ao nível do mar com pressão atmosférica de 760 mmHg. Em grandes altitudes, e o avião pode atingir cerca de 10.000 metros de altura, a pressão atmosférica cai de maneira importante até cerca de 430 mmHg. Pela questão da grande altitude que alcança um avião é necessário que estejamos em um ambiente pressurizado. Caso a cabine não seja pressurizada, a saturação de oxigênio no sangue (concentração de oxigênio que circula no organismo através do sangue) também cai de modo importante em todos os indivíduos e pode chegar a valores próximos de 80% (o normal é acima de 92%).
QUAIS OS RISCOS DA BAIXA OXIGENAÇÃO NO SANGUE?
O oxigênio é fundamental para o funcionamento adequado de todas as células vivas do corpo. A falta de oxigênio circulante pelo corpo faz todas as células apresentarem algum grau de sofrimento. As células que mais sofrem são as do sistema nervoso central (cérebro) e do coração.
A PRESSURIZAÇÃO DA CABINE RESOLVE O PROBLEMA DA BAIXA OXIGENAÇÃO DO SANGUE?
Por padronização internacional, a máxima pressurização que se atinge numa cabine de avião é o equivalente a 8000 pés (ou 2438 metros), com pressão atmosférica de 565 mmHg. Com isso, atinge-se a saturação de oxigênio no sangue de 90%. Isso é considerado compatível com a vida e o que as pessoas normais podem suportar mesmo em vôos de longa distância.
O QUE ACONTECE COM O PACIENTE QUE POSSUI ALGUMA DOENÇA RESPIRATÓRIA CRÔNICA QUE DIMINUI A SUA CONCENTRAÇÃO DE OXIGÊNIO NO SANGUE?
Nas pessoas com doenças pulmonares crônicas, a redução da oxigenação no sangue se acentua de modo importante e os efeitos disso aumentam. Soma-se a isso a dificuldade do nosso organismo em se adaptar às mudanças de fuso horário, desidratação e a contaminação do ar da cabine. O fato de permanecer sentado por longo período acentua o desconforto e os riscos. A realização de exercícios durante o vôo pode ser pior para os pacientes portadores de doenças pulmonares, pois há um consumo maior de oxigênio.
QUAIS AS PRINCIPAIS DOENÇAS PULMONARES ONDE OS RISCOS DE COMPLICAÇÃO POR VIAGEM AÉREA SÃO MAIORES?
DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica) e Fibrose Pulmonar.
EM QUAIS DOENÇAS RESPIRATÓRIAS É PROIBIDO VIAJAR DE AVIÃO?
Segundo recomendação do Conselho Federal de Medicina, não devem viajar de avião pessoas com infecções respiratórias ativas, tais como
pneumonia,
tuberculose e sinusite. Isso vale tanto para passageiros como para tripulantes. Quadros de asma não controlada ou com internação recente também não devem embarcar.
Pacientes que sofreram cirurgia torácica recente, tais como pneumectomia (retirada do pulmão) ou lobectomia pulmonar (retirada parcial do pulmão) recentes devem realizar uma avaliação médica antes da viagem. Em casos de pneumotórax (perfuração espontânea do pulmão) recente, viajar de avião é uma contra-indicação absoluta. Deve-se esperar de duas a três semanas após drenagem do tórax e se confirmar a resolução do problema com exame radiológico antes de viajar.
O QUE O PORTADOR DE DOENÇA PULMONAR CRÔNICA PRECISA REALIZAR PARA VIAJAR DE AVIÃO?
É necessário conversar com seu médico a respeito dos riscos e da necessidade de utilização, além dos medicamentos de uso contínuo, da suplementação de oxigênio e da realização de
profilaxia para trombose venosa profunda e embolia pulmonar.
É necessário obter um formulário padronizado para ser preenchido pelo médico contendo informações médicas detalhadas (MEDIF). Esse formulário deve conter informações pessoais e dos acompanhantes, especificar a necessidade de maca a bordo ou em solo, cadeira de rodas, baterias, ambulância e oxigênio. O formulário deve ser assinado pelo médico e pelo paciente.
Encaminhar o MEDIF à empresa aérea com a antecedência necessária estipulada por ela. É necessário saber se o seu dispositivo para fornecer oxigênio é permitido de ser embarcado em viagens aéreas.
ONDE PODE SER ENCONTRADO O MEDIF?
Todos os sites das companhias aéreas devem conter o MEDIF (Medical Information Form) para ser baixado direto no computador do interessado. Esse formulário preenchido deve ser encaminhando à companhia aérea antes do vôo do paciente. Cada empresa possui um prazo específico para o envio prévio do formulário e é preciso se informar sobre isso.
É POSSÍVEL VIAJAR COM MEU CILINDRO DE OXIGÊNIO?
Os cilindros de oxigênio contendo o gás comprimido (conhecido também como torpedos), ou contendo oxigênio líquido não são permitidos dentro das aeronaves e nem mesmo como bagagem a ser despachada, pois não são apropriados para altas altitudes. O único dispositivo para fornecer oxigênio durante o vôo permitido de ser embarcado são alguns determinados tipos de concentradores de oxigênio.
É POSSÍVEL USAR QUALQUER TIPO DE CONCENTRADOR DE OXIGÊNIO EM VIAGENS AÉREAS?
Não. É possível utilizar apenas alguns tipos de concentradores portáteis liberados pela Agência Internacional de Aviação:
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AirSep Lifestyle (modelos Airsep Freestyle 5, Modelo AS077; - - AirSep Focus, Modelo AS078)
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Airsep "Freestyle", de Airsep Corporation (todos os modelos)
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Delphi Medical System RS00400 (modelos Delphi RS-00400; iGode DeVilbiss Healthcare; Independence Oxygen Concentrator de Oxlife
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Inogen One (modelos Inogen One G2 de Inogen; Inogen One G3; Invacare Solo 2)
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Invacare Corporation's XPO2 (modelos Inova Labs LifeChoice; Inova Labs LifeChoice Activox; LifeChoice de International Biophysics Corporation; Precision Medical EasyPulse, Modelo PM 4150; Oxus RS-00400)
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Respironics Inc. EverGo (todos os modelos)
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SeQual Eclipse, de SeQual Technologies Inc. (modelos SeQual SAROS, Modelo 3000; Philips Respironics SimplyGo;
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SeQual eQuinox Oxygen System (modelo 4000); SeQual Oxywell Oxygen System (modelo 4000); VBOX Trooper Oxygen Concentrator)
Esses concentradores são portáteis, pesam cerca de 4,5Kg e possuem baterias com duração de até 8h. As baterias devem ser recarregadas nos aeroportos durante as conexões. Deve-se calcular suprimento extra de 25% para eventuais atrasos. Verifique previamente seu o seu modelo de concentrador é permitido na classe (econômica, executiva, primeira classe) que você pretende embarcar.
É importante saber que os equipamentos concentradores de ar reduzem sua capacidade de fluxo com a pressurização da cabine e com isso não costumam ultrapassar 2L por minuto. Pessoas que necessitam quantidades maiores que 2 litros por minuto podem sentir alguma dificuldade ou passar mal durante o vôo.
COMO FUNCIONA O PROCESSO DE UTILIZAÇÃO DE OXIGÊNIO NA LATAM (TAM)?
O formulário MEDIF tem validade de 10 dias e deve ser encaminhado em até 72 antes do vôo para o email medif@latam.com.
Clique aqui para obter o MEDIF da LATAM. No relatório deve constar a explicação das condições de uso do aparelho e seu estado de saúde, as respectivas receitas, incluindo o uso e a dose de oxigênio, além da assinatura e carimbo do médico.
Como o formulário tem a validade de apenas 10 dias, é necessário providenciar antecipadamente o mesmo conjunto de documentos para o vôo de retorno quando a viagem for durar mais que este período.
A LATAM oferece as opções de o paciente levar seu próprio concentrador de oxigênio sem qualquer custo adicional, independente da bagagem que esteja levando, ou de solicitar um concentrador oferecido por ela. Para levar o seu próprio concentrador de oxigênio, o mesmo precisa ser aceito pela comunidade internacional de aviação e possuir baterias suficientes e carregadas para toda a duração do vôo. Se você viajar com um concentrador portátil, não poderá viajar com cachorro ou gato na cabine.
A escolha do assento deve ser sempre no corredor e próxima ao banheiro, não havendo a necessidade de reserva de assento duplo. As baterias do concentrador portátil precisam ter autonomia de 150% do tempo de vôo, incluindo escalas e conexões. O concentrador deve caber debaixo do assento dianteiro - por razões de segurança, não é permitido levá-lo na primeira fila ou nas saídas de emergência do avião.
O aparelho pode ser utilizado somente em viagens operadas pela LATAM. Em vôos combinados da LATAM com outras companhias aéreas (codeshare), as políticas aplicáveis são as da outra empresa. Se você precisa de mais informações, deve também ver os sites dessas companhias.
Até onde conseguimos apurar, o serviço de oxigênio fornecido pela LATAM é válido somente para vôos dentro do Brasil, apenas durante o vôo e em conexões menores que uma hora e para alguns tipos de aeronaves, com fluxo máximo de 4l/min. Para essa situação haveria a necessidade da reserva obrigatória de dois assentos (se desacompanhado). Verifique essas informações com a própria companhia aérea antes de adquirir a passagem para evitar surpresas.
Mais informações você pode obter na página da LATAM,
clique aqui.
COMO FUNCIONA O PROCESSO DE UTILIZAÇÃO DE OXIGÊNIO NA GOL? 
O MEDIF, junto com os relatórios e receitas médicas, deve ser encaminhado com até 48h de antecedência
(clique aqui para baixar o formulário). Além do preenchimento do MEDIF, o passageiro ainda deve enviar um Laudo Médico ou relatório complementar com a mesma data da emissão do MEDIF e preenchido pelo médico que emitiu o MEDIF constando o diagnóstico da doença e código CID, o estado clínico do passageiro e todas as demais doenças associadas. No site da GOL há expressamente escrito que não se permitirá o uso de concentrador de oxigênio a bordo. Até onde apuramos, a empresa fornece cilindros de oxigênio e será cobrada uma taxa por cada trecho da viagem, sem necessidade de se reservar o segundo assento. Para mais informações na página da GOL,
clique aqui.
COMO FUNCIONA O O PROCESSO DE UTILIZAÇÃO DE OXIGÊNIO NA AZUL?
O Formulário MEDIF deve ser enviado à AZUL em até 72 horas úteis antes do voo por e-mail ou fax. Para obter o MEDIF pelo site da companhia,
clique aqui. O documento médico e o MEDIF serão avaliados pelo serviço médico da Azul, especializado em medicina de aviação, com prazo para resposta de 48 horas. No caso das exigências da Azul não serem atendidas, o transporte do passageiro pode ser recusado.
No site da AZUL, está expressamente escrito que a companhia não fornece oxigênio durante o vôo e não permite a entrada de concentradores, cilindros portáteis de oxigênio líquido ou pressurizado a bordo de suas aeronaves em razão de inexistência de certificação das aeronaves para tanto. A empresa aguarda a definição de normas brasileiras sobre o uso de concentradores portáteis de oxigênio.
COMO FUNCIONA O PROCESSO DE UTILIZAÇÃO DE OXIGÊNIO NA AMERICAN AIRLINES?
Na American Airlines a solicitação deve ocorrer com 72h de antecedência, o paciente pode usar o próprio concentrador de oxigênio ou solicitar o fornecimento pela companhia aérea. É cobrada a taxa de U$ 100.00 por trecho.
Convém lembrar que algumas empresas aéreas internacionais requerem o aviso da necessidade do uso de oxigênio durante o vôo com 7 dias de antecedência.
Informações específicas sobre a utilização de oxigênio em viagens em territórios estrangeiros por avião, trem ou ônibus podem ser obtidas no site:
http://radientlife.wordpress.com/2010/06/20/how-to-travel-with-medical-oxygen-tips-and-tricks/
Uso do concentrador portátil de oxigênio em aeroporto