POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA
É sabido desde a antiguidade que a poluição do ar pode ser maléfica ao ser humano. No entanto, somente a partir da década de 1930 este tema passou a ser estudado e, ultimamente, a poluição do ar e seus efeitos têm ganhado destaque e interesse. Nos últimos dez anos, numero crescente de estudos mostraram uma associação muito grande entre a poluição do ar e as doenças cardiorrespiratórias. Pacientes com asma ou DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica-bronquite + enfisema pulmonar) podem ter suas doenças exacerbadas em função da poluição. Portadores de doença cardíaca como angina, infarto do miocárdio ou doença isquêmica cerebral ("derrame") podem ter como desencadeantes elevações abruptas da poluição do ar. Estimativas mundiais apontam que a poluição nos ambientes urbanos externos e nos internos (nos domicílios) seja responsável por 800 mil a 1,6 milhões de óbitos/ano.
A exposição a componentes do ar poluído desencadeia reações inflamatórias tanto nos pulmões como no sistema circulatório, levando a efeitos agudos e crônicos como:
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Aumento das consultas médicas, hospitalizações e mortalidade por doenças respiratórias (infecções, asma, DPOC).
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Aumento da incidência de asma, assim como do numero de crises.
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Aumento da incidência e mortalidade por câncer de pulmão
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Redução da função pulmonar
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Irritação nos olhos, nariz e garganta.
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Aumento na mortalidade por doenças cardiovasculares devido à insuficiência coronariana, infarto, arritmias e hipertensão.
Os estudos sugerem que as populações com maior risco de sofrer as conseqüências da poluição são os portadores de doenças respiratórias crônicas (asma, DPOC), de doenças cardíacas (arritmias, insuficiência cardíaca, angina, hipertensão), diabéticos, fumantes, crianças e idosos.
Convém lembrar que a poluição dentro dos ambientes fechados contribui e muito para esta situação. A fumaça do cigarro, gás de cozinha, assim como a queima de biomassa (qualquer material derivado de planta ou animal), são os principais causadores disso. Existe inclusive uma síndrome chamada de "Síndrome do Edifício Doente", que se caracteriza por aumento na prevalência de sintomas inespecíficos que acometem a população de determinados edifícios sem que uma causa ou doença específica possa ser identificada: irritação nas mucosas do nariz, da laringe ou olhos; chiado e tosse; tontura, dor de cabeça, letargia ou irritabilidade.
A queima da biomassa em ambientes externos também é prejudicial, como incêndios florestais ou as queimadas. A queima da palha da cana de açúcar gera uma quantidade de fuligem muito grande e já foi demonstrado que as populações das áreas onde ela é cultivada estão expostas a níveis de poluição do ar semelhantes aos da cidade de São Paulo.